Foi publicado no Portal de Cultura e entretenimento Garapa Paulista
O Inferno de Lilith
Na sala de visitas
comemoram
os belos, os fortes, os fartos, os naturalmente bons.
Mas aqui
Na epigênese imperfeita da minha alma,
Na rutilância fria do meu lastro
de correntes,
As garras dos sonhos impossíveis já afundam na minha pele.
Na minha pele
Nesta pele que crepita sob o sol do tempo
mas não larga, minha pele não me larga,
metamorfose incompleta
E eu vôo, inseto no deserto da ampulheta
e eu lacrimejo meu veneno, cobra involuntária.
Mas agora
Agora que ventilo o porão do que eu jamais serei,
arreio vencida, fustigada debaixo de açoites invisíveis
E ergo um brinde
Um brinde às máscaras
Às máscaras da comunhão e da benevolência.
Na sala de visitas
comemoram
os belos, os fortes, os fartos, os naturalmente bons.
Mas aqui
Na epigênese imperfeita da minha alma,
Na rutilância fria do meu lastro
de correntes,
As garras dos sonhos impossíveis já afundam na minha pele.
Na minha pele
Nesta pele que crepita sob o sol do tempo
mas não larga, minha pele não me larga,
metamorfose incompleta
E eu vôo, inseto no deserto da ampulheta
e eu lacrimejo meu veneno, cobra involuntária.
Mas agora
Agora que ventilo o porão do que eu jamais serei,
arreio vencida, fustigada debaixo de açoites invisíveis
E ergo um brinde
Um brinde às máscaras
Às máscaras da comunhão e da benevolência.
5 comentários:
Parabéns pelo blog, Nina! Estou adorando seus posts, suas palavras. Tenho frequentado aqui e vejo a quantidade de coisas legais que escreve. Beijão!
bravo!
Parabéns, Nina. Como sempre, escrevendo muito bem! Bela poesia. Gostei mesmo!!!!
Lindo! Palmas para este grande talento.
bjs
A P L A U S O S! De pé.
Tua poesia é sublime. Sabes dizer do que quantos tem coragem e se permitem pensar e dizer.
Que os Deuses te iluminem sempre para desvelar aquilo que faz a beleza que enfeita a vida, e que a vida enfeita.
Beijos
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