José de Alencar, sobre a literatura:

"Palavra que inventa a multidão, inovação que adota o uso, caprichos que surgem no espírito do idiota inspirado".
Benção Paterna, 1872 - tem coisas que não mudam.




terça-feira, 22 de novembro de 2011

Com esse poema participei da Balada Literária de Marcelino Freire, São Paulo, 2011. Na Casa das Rosas, na Av Paulista.



Foi publicado no Portal de Cultura e entretenimento Garapa Paulista










O Inferno de Lilith

Na sala de visitas
comemoram
os belos, os fortes, os fartos, os naturalmente bons.

Mas aqui
Na epigênese imperfeita da minha alma,
Na rutilância fria do meu lastro
de correntes,
As garras dos sonhos impossíveis já afundam na minha pele.

Na minha pele
Nesta pele que crepita sob o sol do tempo
mas não larga, minha pele não me larga,
metamorfose incompleta

E eu vôo, inseto no deserto da ampulheta
e eu lacrimejo meu veneno, cobra involuntária.

Mas agora
Agora que ventilo o porão do que eu jamais serei,
arreio vencida, fustigada debaixo de açoites invisíveis
E ergo um brinde
Um brinde às máscaras
Às máscaras da comunhão e da benevolência.

5 comentários:

Ciro Augusto Maniçoba disse...

Parabéns pelo blog, Nina! Estou adorando seus posts, suas palavras. Tenho frequentado aqui e vejo a quantidade de coisas legais que escreve. Beijão!

João Paulo Parisio disse...

bravo!

Rafael Maniçoba disse...

Parabéns, Nina. Como sempre, escrevendo muito bem! Bela poesia. Gostei mesmo!!!!

Giovanna Vilela disse...

Lindo! Palmas para este grande talento.
bjs

Salete Cardozo Cochinsky disse...

A P L A U S O S! De pé.
Tua poesia é sublime. Sabes dizer do que quantos tem coragem e se permitem pensar e dizer.
Que os Deuses te iluminem sempre para desvelar aquilo que faz a beleza que enfeita a vida, e que a vida enfeita.
Beijos