José de Alencar, sobre a literatura:

"Palavra que inventa a multidão, inovação que adota o uso, caprichos que surgem no espírito do idiota inspirado".
Benção Paterna, 1872 - tem coisas que não mudam.




domingo, 29 de maio de 2011

Pedra, pedra, pedra

Pedra, pedra, pedra


Dor e dor e dor

É mancha.

Mágua.

Você rocha

Eu água.

Canto.

Brilho.

Lambo.

Lavo.

Seco.

Volto.

Corro.

Mínguo.

Viro lodo.

Caio.

Viro tromba.

Arrasto.

Corto.

E vou.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Fernando Pessoa disse

Para ser grande, sê inteiro.
Nada teu exagera ou exclui.

Sê todo em cada coisa.

Põe o quanto és no mínimo que fazes.

Assim, em cada lago,
a lua toda brilha,
porque alta vive.


segunda-feira, 9 de maio de 2011

Um trecho de um poema de Drummond

Escrevendo sobre o ato de escrever, Carlos Drummond de Andrade disse:

O menino ambicioso
não de poder ou glória
mas de soltar a coisa
oculta no seu peito
escreve no caderno
e vagamente conta
`a maneira de sonho
sem sentido nem forma
aquilo que não sabe.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Rosa em Botão

Tua alma blindada
não floresceu na primavera que te dei.

A brisa da tarde
não te roubou nenhuma pétala,
mas o sol não iluminou
o teu pistilo fértil.

domingo, 1 de maio de 2011

Fernando Pessoa visita nossa casa

Meu Jesus! Essa poesia é de lascar o cano! Fala da busca por si mesmo e dos seus descaminhos. Eu amo!!! Como meu filho é meu seguidor e esse é um blog amigo (kkk), incluo o significado das palavras menos comuns.


Eros e Psiquê ------------- *(conto a história deles no próximo post)
de Fernando Pessoa
Poeta português,
Morreu em Lisboa, aos 47 anos, em 1935.


Conta a lenda que dormia
Uma princesa encantada
A quem só despertaria
Um infante* que viria ----------------------------- *(infante= jovem)
De além do muro da estrada

Ele tinha que tentado
Vencer o mal e o bem
Para que enfim já libertado
Deixasse o caminho errado
Pelo que `a princesa vem

A princesa adormecida
Se espera, dormindo espera
Sonha em morte a sua vida
E orna-lhe a fronte esquecida* ---------------*(fronte= testa, esquecida= nesse caso, inconsciente)
Verde, uma grinalda de hera* -----------------------*(hera= planta trepadeira)

E longe, o infante esforçado
Sem saber que intuito tem
Rompe o caminho fadado
Ele, dela ignorado
Ela, para ele, ninguém

Mas cada um cumpre um destino
Ela dormindo encantada
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.

E se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada a fora
E falso ele vem seguro
E vencendo estrada e muro
Chega onde em sono ela mora

Inda tonto do que houvera
`A cabeça em maresia
Ergue a mão e encontra hera
E vê que ele mesmo era
A princesa que dormia.